Autora: Sarah Ávila
Site Original:Fanfic Addiction
20 de Dezembro de 2012
Eu fazia uma pequena limpeza em meu quarto quando encontrei essa pequena caixinha embrulhada em papel laminado na cor dourada em cima do meu guarda-roupas. Eu não conseguia me lembrar do que eu havia guardado ali, então resolvi conferir.
Abri a caixinha e meu peito se apertou. Ali eu havia guardado tudo que fez parte de mim quando namorava Lua. Tudo que fez parte de mim antes de me mudar para Londres. Fotos e mais fotos, cartas, tickets, etiquetas, CDs, DVDs e afins. Dentre eles um pequeno porta-retratos me chamou atenção...
23 de Dezembro de 2010
- Então é isso? Essa é a última vez? O último natal que nos veremos? – Disse Lua com os olhos cheios de lágrimas.
- Não pense assim amor. Claro que não é a última vez! Eu já disse que ano que vem eu volto. – puxei-a pelos ombros para um abraço, tentando conforta-la.
- Mas só passar as férias aqui não é a mesma coisa, Arthur.
- Lua, olha pra mim! – afastei-a levemente de mim para que me olhasse. Ela já chorava e sua expressão de tristeza fez com que uma dor enorme se alojasse em meu peito. – Você sabe que eu te amo, não sabe? – Ela concordou. – E sabe também que eu não queria, de forma alguma, ter que te deixar, não é? – Lua desviou o olhar do meu e concordou mais uma vez. – Mas eu tenho que ir, não existe possibilidades de ficar. – dito isso ela me apertou forte em seus braços, sem conseguir conter o choro. Apertei-a em um forte abraço.
Era difícil, mas eu tinha que partir. Meu pai foi transferido no emprego e não nos restava outra opção. Mesmo eu querendo ficar, eu não podia.
- Lua, amor, eu tenho que ir agora, meu pai está impaciente já. – ela se afastou de mim, ainda chorando e pediu que eu esperasse só mais um minuto. Foi até seu carro e de lá tirou um embrulho.
- Toma, esse é teu presente de natal. É uma coisa bem simples e bem boba, dependendo do ponto de vista, mas eu queria algo que te fizesse se lembrar de mim e isso foi tudo que eu consegui pensar. – Peguei o embrulho de suas mãos. Era uma caixinha média, embrulhada em papel laminado azul. – Vai, abre!
- Calma, amor. – ri – Vou ali pegar o seu antes. – Fui até uma de minhas malas que estavam na varanda e tirei de lá um pequeno saquinho dourado com um laçinho rosa. – Aqui. Espero que goste. – entreguei-a e a abracei. Nos afastamos e comecei a abrir meu presente enquanto ela me observava. Era um porta-retratos branco com alguns corações em vermelho e escrito ‘I LOVE YOU!’ em preto. Dentro havia uma foto recente nossa, em nosso banco preferido do parque; nela nós sorriamos um para o outro, sem olhar para a câmera.
- Gostou? – perguntou ela receosa. – Quero que coloque na sua cabeceira, pra ficar bem pertinho de você. – sorriu tristonha.
- Adorei! Vai ficar sempre perto de mim, pode ter certeza. – sorri – Agora abre o seu!
- Okay! Okay! – ela puxou o pequeno laço, abrindo o saquinho e tirando de lá uma corrente de ouro e um pequeno pingente de coração. Ela me encarou boquiaberta e com os olhos cheios de lágrimas mais uma vez. – Nossa, Arthur.
- Gostou? – perguntei.
- É perfeita! – respondeu ela me abraçando pelo pescoço.
- Perfeita sim, igual você. – eu disse com lágrimas em meus olhos. Nesse momento meu pai entrou no carro e buzinou para que eu me apressasse, pois ele havia terminado de guardar nossas malas. – Preciso mesmo ir agora. Eu te amo,Lua. Como nunca amei e nem vou amar ninguém. Okay?
- Ok. Eu também te amo. Com todas as minhas forças. – ela se afastou de mim – Não se esquece de me ligar. – Concordei com um aceno de cabeça e ela se virou, entrando no carro correndo e sumindo logo após a esquina. Coloquei minha mochila nas costas e entrei no carro.
20 de Dezembro de 2012
Segurei o porta-retratos e sorri ao me lembrar de tudo que passei com Lua. Há muito tempo não nos víamos mais, o que não quer dizer que diversas vezes não me peguei sentindo sua falta. Resolvi tirar a foto do porta-retratos e colá-la em meu mural. Quando puxei a foto um pequeno papel de carta azul-bebê caiu no chão. Me assustei. Como isso foi parar ali?
Desdobrei-o e me espantei ao ver que era uma carta.
Arthur Meu amor. Provavelmente você nem vai mais se lembrar de mim quando encontrar essa carta – ou se lembra e vai achar isso a coisa mais idiota da face da terra -, mas tudo que eu escrevi aqui são coisas que eu devia ter dito antes de você partir e não tive coragem. Você mais que ninguém sabe o quanto eu sou péssima nesse tipo de coisa e que a única forma que eu sei fazer isso é escrevendo, então ai vai...
Sabe, ainda não caiu a ficha de que você está indo embora. De que você não vai mais voltar e que eu não terei mais os teus braços para me confortar quando eu estiver mal, ou mesmo para me fazer mais feliz. Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Tu chegou em um momento péssimo da minha vida e me fez ter esperança, me mostrou que tudo um dia pode melhorar, basta encontrar a pessoa certa. E essa pessoa foi você. Depois de tudo que vivi, tudo que passei, mesmo sendo nova e sabendo que tudo isso não foi nem metade, você me fez ver o quão boa e generosa a vida pode ser. Me mostrou o que é amar de verdade. Porque SIM, eu TE AMO. Te amo mais que tudo nesse mundo e não consigo imaginar como minha vida vai ser a partir do momento em que você entrar naquele carro e me deixar. Eu sei que não é isso que você quer, mas parte de mim te culpa, e eu peço desculpas por isso. Eu simplesmente não consigo entender. Por que a vida foi tão justa comigo e logo depois tão INJUSTA? Por que tinham que te tirar de mim assim? Eu não sei se aguento isso. Mas não se preocupe, sempre que eu ficar triste, ou com saudades, vou lembrar desse teu sorriso lindo e meu dia ficará melhor. Vou me lembrar sempre de como você ria das idiotices que eu dizia e de como odiava que eu te zoasse. Das mordidas que eu te dava e de como você adorava exagerar e se vingar. Afinal, elas nem doíam tanto assim, okay? Pois é, sentirei falta das tuas mordidas também, mesmo odiando você quando uma delas ficava roxa e, quando no pescoço, não me deixava prender o cabelo. Vou sentir falta da sua risada e da sua cara de ‘O que foi?’ quando eu te encarava demais. Ah, sabe por que eu te encarava tanto? É que eu não conseguia acreditar que você era meu. Só meu. Não entendia o que eu tinha feito de tão bom pra te ganhar. Mas agora eu não entendo o que eu fiz de tão ruim pra te perder... Quem sabe um dia eu entenda! Sentirei falta de como você dizia que eu era linda coisa que é mentira e de como a gente ‘discutia’ por eu nunca concordar com isso e te chamar de louco... Sentirei falta de tudo. De tudo que você é e de tudo que você me fez ser.
Enfim, só espero que você fique bem – assim como espero que eu fique – e que nunca se esqueça de mim.
Ao fim da carta eu já chorava como um louco e não conseguia entender como eu pude tê-la deixado. Só então me dei conta de que o meu presente de natal não era uma simples foto. Aquilo tinha muito mais significado! Peguei o porta-retratos novamente, coloquei a foto e a carta de volta, peguei minha mochila de cima da cama e sai correndo, passando pela cozinha e gritando:
- MÃE, TÔ VOLTANDO PRA BOLTON. MANDO NOTÍCIAS! – bati a porta da frente sem esperar para ver a reação de minha mãe e peguei o primeiro táxi que encontrei, mandando-o seguir para a rodoviária. Eu voltaria para Lua e nada me impediria.
Fim!
Autora: Sarah Ávila
Site Original:Fanfic Addiction
Lindoos e Lindaas, eu sei que não estou postando mas como eu disse eu estou com alguuns problemas pessoais e tbm ontem foi meu niveer (cadê me parabéeens?) e eu estava super ocupada e ainda por cima para completar tudo eu estou na semana de prova, mas como é LuAr day eu não podia deixar de postar né ainda mais luarday de dois anos assumidos =D!
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